Enfim, a versão brasileira da franquia do programa de calouros The Voice estreou com seus mentores Carlinhos Brown, Lulu Santos, Cláudia Leitte e Daniel. Diante de tantos gêneros diferentes, não tinha como ser mais brasileiro do que a mistura entre afro, pop rock, axé e sertanejo. Apesar de achar que o time fosse talvez um pouco “velho” demais para um programa de caráter tão jovem, acredito que os produtores dificilmente conseguiriam formar um outro grupo com tanta credibilidade para a primeira temporada de um programa como este. Fazendo uma comparação internacional, o nosso The Voice não tem a juventude trazida por Adam Levine e Christina Aguilera (The Voice EUA), Jessie J e will.i.am (The Voice Reino Unido). Ao contrário, traz nomes consagrados, fazendo um paralelo com Tom Jones (Reino Unido) e Cee Lo Green (EUA). O The Voice é no Brasil mas cantar em inglês foi permitido. E todo mundo que cantou em inglês foi escolhido, mesmo com tremendos erros na letra em praticamente todas as performances. Em casos como o do médico que cantou “Viva La Vida” (Coldplay), a língua só atrapalhou a excelente voz do cara. No caso da menina que cantou “Moves Like Jagger” (Maroon 5), porém, ficou parecendo que a música foi o fator principal que fez Claudinha virar a cadeira.
O cenário, a iluminação e até o clima nos bastidores do The Voice Brasil estavam impecavelmente parecido com as outras versões ao redor do mundo. Para mim, a edição e as câmeras foram os aspectos que às vezes pecaram e deram ao programa um ritmo lento que não deveria acontecer. Carlinhos Brown falou muito, mesmo quando o discurso girava em torno da mesma coisa, e Lulu Santos muitas vezes pareceu simplesmente entediado com certos candidatos. Também faltou briga e faltou confronto. Muitos mentores que giraram a cadeira não apareceram defendendo as suas posições pro candidato. Ao contrário, foi vista uma troca de elogios politicamente correta entre os mentores – o que não faz sentido nenhum no cenário de uma “competição”. Com poucas exceções, ficou parecendo que um estava falando por cima do outro, e ninguém sabia exatamente o que fazer ou de quem era a vez de falar. Pro primeiro episódio da primeira temporada, isto é normal.
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